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[Crítica] Batman vs Superman: A Origem da Justiça

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Mensagem por KristyAnne Sex Mar 25, 2016 4:08 pm

BATMAN vs SUPERMAN: A ORIGEM DA JUSTIÇA



O segundo filme da nova franquia Superman, acabou de estreiar e já virou polêmica em vários blogs e sites por toda a internet. As críticas são boas e ruins, dependendo do ponto de vista. Vou transcrever abaixo as críticas de sites mais conhecidos no Brasil e ao final você pode deixar sua opinião também.

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O site ADORO CINEMA deu nota 2,5 para o filme. Segue abaixo a crítica:

O início de Batman Vs Superman - A Origem da Justiça é promissor. Por mais que a morte do casal Wayne já seja figurinha mais que carimbada nas telas de cinema, a abertura associando a tragédia com a descoberta da futura batcaverna dá um tom de fábula sombria à história do pequeno Bruce. Um salto no tempo e, décadas mais tarde, lá está o agora grisalho Bruce em Metrópolis, cenário da épica batalha entre Superman e Zod em O Homem de Aço. Observar a luta entre os superseres sob o olhar de um humano, impotente e de certa forma maravilhado/assustado com tal descoberta, remete a uma série famosa dos quadrinhos: "Marvels". Há neste trecho uma certa poesia no contraste entre homens e deuses, mortais e imortais, que será trabalhada ao longo de boa parte do filme.
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A bem da verdade, há muito de conceitual em torno dos maiores super-heróis da DC Comics, pela primeira vez reunidos no cinema. Se o Superman de Henry Cavill assume de vez a aura de símbolo da pureza, que precisa lidar com o mal sempre tentando corrompê-lo, o Batman de Ben Affleck traz ecos da histórica saga dos quadrinhos "O Cavaleiro das Trevas". Obcecado e mais violento, ele é a representação da alma corrompida pelas agruras diárias do combate ao crime - uma alegoria que pode ser também aplicada à luminosa Metrópolis e à sombria Gotham City, cidades vizinhas como são Rio de Janeiro e Niterói. É no enfrentamento destas duas personificações, com direito a reflexos vinculados à origem de cada herói, que está o alardeado embate entre Batman e Superman. Passando ainda por temas pertinentes e bastante relevantes nos dias atuais, como xenofobia e a cultura do medo.

Só que Zack Snyder não é - e nunca foi - um diretor afeito a desenvolver narrativas. Se a proposta é colocar Superman com ar messiânico, ele simplesmente cria uma cena em que o Homem de Aço surge envolto por luzes, como se santificado fosse, com uma família em apuros clamando por ajuda. Para Snyder, a imagem vale muito mais do que a dramaturgia e, também por um certo desprezo, suas opções sempre favorecem a plástica visual em detrimento do aprofundamento de qualquer tipo de conteúdo. Resultado: há no filme como um todo um certo tom exagerado, especialmente nas emoções retratadas. Não pode haver dúvida nem questionamentos, tudo tem que ser direto e bem didático, de preferência com alguma frase de efeito envolvida. E, se for necessário dar alguma dramaticidade à história, é simples: basta colocar tudo em câmera lenta e aumentar o som. Assim reza a cartilha cinematográfica de Snyder, mais do que nunca seguindo os ensinamentos de Michael Bay sobre como não contar uma história de forma envolvente.
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Entretanto, nem todos os problemas devem recair sobre o colo do diretor. Há em Batman Vs Superman um excesso de temas a serem abordados que, no fim das contas, prejudica as várias subtramas presentes, que ficam sem espaço para serem melhor trabalhadas. É assim que questões interessantíssimas, como a xenofobia, ficam relegadas aos cartazes de manifestantes, que sequer ganham voz em algum momento. O próprio ritmo do filme sai prejudicado, já que não é possível dosar as cenas de ação e de reflexão ao longo de cansativos 153 minutos. Na ânsia de reprisar o sucesso de Vingadores o mais rapidamente possível, a opção em embutir muito em um só filme, ao invés de desenvolver histórias de potencial em vários longa-metragens, soa como um tiro no pé, ao menos em relação à qualidade.

Diante de tantos problemas de narrativa, é claro que o elenco é também afetado. Se Ben Affleck não compromete com um Bruce Wayne mais sisudo, Henry Cavill é de uma frieza impressionante (no mau sentido). É como se seu Superman fosse fechado em si mesmo, criando ao seu redor um manto de insensibilidade apenas quebrado quando sua amada Lois Lane (Amy Adams, burocrática) entra em perigo - uma situação que, de tão clichê, vira até mesmo argumento jocoso dentro do filme. Por mais que tal proposta seja fruto óbvio do deslocamento do filho de Krypton entre os terráqueos, ressaltando à sua maneira que o Homem de Aço não é humano, isto transforma Cavill em uma espécie de manequim fantasiado de super-herói, sem expressividade alguma. Inclusive, chama a atenção o fato de que este Superman e este Batman em momento algum conseguem conquistar a afeição do público, de tão mal desenvolvidos que são. O que não acontece com a Mulher-Maravilha, muito graças ao carisma de Gal Gadot e às boas cenas de batalha em que a amazona participa.
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Há também o Lex Luthor de Jesse Eisenberg. Com um jeitão descolado, roupas leves, pratica esportes e falando sem parar, ele está longe de transmitir o perfil ameaçador de seus antecessores - ou até o lado meio gaiato do saudoso Gene Hackman. É dele uma subtrama meio sem sentido envolvendo a personagem de Holly Hunter, assim como boa parte dos diálogos desconexos do filme. Mais Coringa do que propriamente Luthor, Jesse não convence. Só que, mais uma vez, a culpa maior recai no tom proposto ao personagem nesta nova recriação.

Por mais que traga muitos problemas estruturais - todas as cenas de pesadelo são dispensáveis! -, Batman Vs Superman entrega o sonhado Universo Cinematográfico DC e até rende de forma satisfatória em seu terço final, quando as cenas de ação ganham espaço. Com elementos dos quadrinhos vistos em "O Cavaleiro das Trevas" e no combate do Homem de Aço com o vilão Apocalipse, o filme inicia a saga da Mulher-Maravilha nas telonas e ainda dá uma palinha de outros heróis que serão vistos em Liga da Justiça, o que com certeza agradará aos fãs. O preocupante é que, por mais que esteja sendo estabelecido um universo mais "realista" e "sombrio" - ao menos em comparação aos filmes da Marvel -, a aplicação equivocada de conceitos até interessantes (em alguns casos) resultou em uma colcha de retalhos muito mal desenvolvida por Zack Snyder e extremamente dependente do simbolismo em torno dos próprios heróis, ao invés de oferecer méritos próprios. E ele ser o "mentor" desta nova configuração pode até dar muito dinheiro (vide Michael Bay e seus Transformers), mas está longe de entregar qualidade a personagens que, por suas características e pelo que representam no imaginário pop atual, podem ser bem melhor empregados em mãos mais talentosas.




O site OMELETE deu uma nota melhor ao filme, ou seja, 4 ovos (o que equivaleria a 4 estrelas em 5, ou nota 9). Vejamos:


Zack Snyder dita o tom do Universo DC das telas de forma grandiloquente
Por Marcelo Hessel

Super-heróis são todos iguais? Há as distinções entre os vigilantes atormentados, os seres onipotentes que nos servem de ícones, os super-heróis que encontram no poder uma solução de autoestima. Mas a distinção mais dramática, mais barulhenta, aquela que movimenta a indústria e a nerdice há décadas, não é tão simples de definir, porque exige uma generalização: os super-heróis da DC são tão diferentes assim dos super-heróis da Marvel?

Se depender de Zack Snyder, essa diferença existe - inclusive Batman Vs Superman - A Origem da Justiça se dedica a deixá-la muito clara. A noção de que os super-heróis projetam ideais de perfeição - uma noção que Snyder não inventou e está no coração das HQs americanas da Era de Ouro - e de que os integrantes da Liga da Justiça são como ídolos gregos encarnados nos nossos dias ganha corpo em BvS bem ao estilo fetichista do cineasta. Se a Warner e a DC precisam mesmo se distanciar da Marvel para impor a Liga num mercado dominado pelos Vingadores, Snyder é o homem para o serviço.

O diretor faz em BvS uma opção muito consciente pela grandiloquência, inscrita na solenidade das suas famosas câmeras lentas, dos objetos em close-up salientados em fundos sem foco (o que o 3D só amplifica) e principalmente na trilha sonora meio escandalosa de Hans Zimmer. Snyder ganha a bem-vinda companhia do roteirista Chris Terrio, que contribui com trocas velozes de diálogos rebuscados (os monólogos de Lex Luthor são daqueles que pedem replay), e o filme todo parece funcionar num tom acima do costumeiro, não apenas esteticamente e na música, mas também na cadência picada e agitada das cenas que estabelecem por uma hora e meia o duelo esperado de Batman e Superman.

Se essas escolhas conseguem de fato dar aos super-heróis da DC um caráter próprio e não apenas um verniz operístico, é uma questão que fica no ar, e que assombrará os demais longas desse novo Universo DC das telas. Como Snyder é um diretor que funciona melhor nos excessos - inclusive quando os excessos se tornam um ponto crítico sobre os quais seus filmes se equilibram muito fragilmente (o homoerotismo em 300 ainda é o grande exemplo disso na sua carreira) - BvS termina se beneficiando. É visivelmente um filme atrás de uma identidade que o diferencie.

No momento a grande vitória, porém, é a correção de rumo.

Depois de fazer em O Homem de Aço um recomeço de mitologia cheio de ambições e de tropeços, Snyder alicerça BvS em tramas consagradas dos quadrinhos (os agradecimentos a Frank Miller e Dan Jurgens ao final não são por acaso), e mesmo que tenha 153 minutos o filme não patina em cenas desnecessárias. A trama é tocada adiante sem distrações pelo jogo de bastidores de Luthor - um personagem que felizmente já chega pronto ao filme, sem explicações de origem e outras notas de rodapé - e boa parte dos temas do filme são comentados apenas nos inserts de telejornais e talk shows, à moda Cavaleiro das Trevas. Talvez seja a contribuição de Chris Terrio - o roteirista que já sabia impor a Argo esse compasso de thriller bem amarrado e econômico - mas o fato é que os vaivéns atrapalhados de roteiro e o excesso de exposição de O Homem de Aço ficaram para trás.

A forma como Snyder trata Batman e Superman, com arcos bem básicos, os traumas do primeiro e os dilemas do segundo, também denota essa necessidade de descomplicar. Nesse sentido, BvS não apenas organiza as peças para a formação da Liga da Justiça no cinema como é um filme bem satisfatório para os espectadores iniciantes na mitologia dos heróis, uma vez que lida sem releituras arrojadas com as bases míticas do Homem de Aço (no seu eterno dilema messiânico de aceitação) e do Morcego (na sua eterna obsessão de testar a morte e os limites do homem, aqui em ritmo de crossfit).

E existe a correção de rumo derradeira: desfazer o destruction porn pelo qual O Homem de Aço é infamemente lembrado. Em entrevistas, Snyder não parece entender até hoje as críticas que se fazem ao clímax do seu filme anterior, mas é cristalino seu esforço aqui de mudar de chave. Sai a evocação sádica do imaginário do 11 de Setembro, dos escombros, na câmera desesperada por um registro de guerra, e entra uma versão mais estilizada e difusa. Snyder se preocupa em filmar a destruição de um jeito que ela não pareça exploratória, sádica ou real demais.

Essa preocupação está literal no filme (a menção a baixas civis na cidade em plena batalha campal se torna uma questão para os heróis), e, além disso, toda a ação climática contra Apocalipse é mostrada num show de luzes e poeira, turvo e francamente indistinguível em alguns momentos, com o cenário iluminado pelas chamas, pela visão de calor de Apocalipse e Superman, pelos raios dos pulsos de energia do monstro, pelos lampejos das armas de Mulher-Maravilha. Não é apenas uma ação deslocada do centro urbano, do mundo real: é uma ação pensada para ofuscar pelo brilho, pelo estouro. Uma destruição sem destruição.

E como já se tornou um hábito, Zack Snyder consegue equilibrar mais um filme em cima de elementos que muitas vezes parecem contraditórios. Ao mesmo tempo em que Batman vs Superman fala alto, Superman estufa o peito e Luthor grita fino, todos atrás de presença e de atenção, é um filme cadenciado que reformata viradas conhecidas, cumpre expectativas e não agride. Enquanto gênese da Liga da Justiça e de um universo de heróis, é um prudente princípio de conversa.
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Mensagem por KristyAnne Sex Mar 25, 2016 4:34 pm

O site MINHA SÉRIE também tem uma opinião negativa, mas não deu nenhuma nota.


Enquanto fãs de super-heróis e leitores ávidos de quadrinhos, temos uma tendência a defender, com maior ou menor fervor, as adaptações cinematográficas de nossos personagens favoritos. Independente qual seja seu preferido, ou se gosta mais das obras da Marvel, é inegável que o encontro de Batman e Superman nas telas é um marco.

Mas ao analisar um filme como Batman vs Superman: A Origem da Justiça, temos que deixar nossas emoções acaloradas de lado e percebe seus graves problemas. O longa tinha todos os elementos para ser uma obra incrível, e em alguns momentos até vislumbra essa possibilidade – porém, o filme nunca alcança seu potencial, e o resultado é frustrante em todos os aspectos.
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Quem conhece a narrativa O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller, dos quadrinhos, sabe que há uma grande história a ser contada sobre um Batman durão e envelhecido que entra em conflito com o Homem de Aço. A HQ serviu brevemente de inspiração para este filme, mas não é seguida à risca.

Em vez disso, o confronto dos dois ícones da DC é provocado pela destruição decorrente da luta do Superman contra o General Zod (vista no filme O Homem de Aço), que levou milhares de civis à morte, incluindo funcionários da Empresa Wayne em Metropolis. Bruce acredita, como muitos outros humanos, que a presença do Filho de Krypton representa uma ameaça para a Terra.

A melhor sugestão do roteiro para o embate dos super-heróis é justamente essa briga entre homem e Deus, apresentando o Superman como um ser mitológico que surge na Terra para desestabilizar as crenças das pessoas. Infelizmente, essa proposta não se desenvolve por completo e acaba se perdendo entre várias outras ideias mal aproveitadas do filme.
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O diretor Zack Snyder é possivelmente uma das piores pessoas para estar no comando dos longas da DC, e é muito difícil entender por que a Warner Bros. não deixou a franquia nas mãos de outro cineasta. Seu Homem de Aço já não foi muito bem recebido pela crítica e pelo público, e Snyder, para nossa tristeza, está contratado para dirigir os filmes da Liga da Justiça.

Existem muitas razões para implicar com a direção de Snyder. O diretor é incapaz de construir uma narrativa coesa e bem encadeada, e o filme parece pular de uma cena para outra sem muita lógica. Especialmente na primeira metade do longa-metragem, o desenvolvimento da história é sofrível, alternando entre pequenos trechos de cada personagem – deixando a obra extremamente arrastada e entediante.

Além disso, o que é ainda mais grave, o roteiro do filme é bem ruim e não consegue justificar de maneira plausível o confronto entre os personagens titulares. O Batman experiente e envelhecido é cego às boas ações do Superman, e parece ser facilmente influenciado para combater o kryptoniano. Já a motivação do Homem de Aço para lutar contra o Homem-Morcego é tão ridícula e infantil que parece uma grande piada.

A briguinha dos meninos órfãos é alimentada ainda por figuras coadjuvantes. Alfred, por exemplo, começa o filme alertando Bruce que o mundo mudou com a chegada do Superman, despertando a preocupação de se ter um ser superpoderoso habitando a Terra. Porém, quando o Batman decide ir contra o Homem de Aço, o mordomo informa que “ele não é o inimigo”.

O diretor Zack Snyder comete várias incoerências como essa ao longo de todo o filme. Em outro momento, Batman e Superman precisam combater ameaças distintas ao mesmo tempo, e se dividem. O Homem-Morcego segue para realizar um resgate e acompanhamos sua ação. Enquanto isso, o Superman deveria impedir a criação do Apocalipse, mas a narrativa esquece do personagem por um intervalo crucial de tempo, e quando o reencontramos, descobrimos que o Homem-Morcego já salvou quem precisava – mas o que o superveloz Homem de Aço ficou fazendo esse tempo todo?!

Outro atestado de como Snyder desrespeita a inteligência dos espectadores se comprova na necessidade de reapresentar, no meio do filme, uma sequência vista anteriormente no começo do longa-metragem. Podemos entender que a morte dos pais de Bruce seja um evento traumatizante e definidor da personalidade do herói, mas é um ultraje repetir os mesmos planos como se os espectadores não fossem lembrar a sequência inicial.
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Aliás, podemos falar mais sobre essa lembrança da morte dos pais. Bruce fica atordoado ao escutar o nome ‘Martha’, como um pesadelo do qual nunca consegue escapar. Ótimo, mas será que o filme não deveria aproveitar para explorar outros traumas do personagem ao longo de anos combatendo o crime – como, por exemplo, se sentir responsável pela morte do Robin? Ao pensar sobre isso, vemos que o longa perde a oportunidade de criar contextos e histórias para o Batman, e fica apenas no óbvio e clichê assassinato dos pais.

Isso é bastante curioso para uma produção que tenta, de forma tão descarada, estabelecer o universo da DC nos cinemas, provocando os espectadores com ‘teasers’ de futuras produções. Sim, Aquaman, Flash e o Ciborgue são apresentados, mas de maneira tão desconexa da trama que parecem pequenos trailers dentro do filme. O longa deveria, em vez disso, sugerir mais sobre o passado de Batman e dar mais peso à sua história como vigilante de Gotham.

É interessante que o filme, com mais de duas horas e meia de duração, não consegue estabelecer uma narrativa coesa e não dá propósitos bem definidos a seus personagens. Para piorar, a bagunça de Snyder é ainda maior nas cenas de ação. Como já demonstrou em Homem de Aço, o cineasta parece ter faltado algumas aulas de direção.

Para citar um exemplo, ainda na primeira metade do filme, há uma sequência de perseguição do Batman contra funcionários da Lex Corp., com o Homem-Morcego dirigindo o Batmóvel. Snyder privilegia explosões e cortes rápidos, sem definir muito bem o ambiente em que a ação se passa e sem dar tempo para os espectadores analisarem a cena.

Nessa sequência, Snyder comente quebras de eixo, mudando a direção dos elementos de ação criando uma confusão à percepção. O diretor acha, porém, que basta aumentar a trilha sonora e usar uma música incidental empolgante para enganar os espectadores – mas é só barulho, e não conteúdo. Por comparação, basta lembrar as cenas de Batman – O Cavaleiro das Trevas com o Batmóvel nas ruas de Gotham; mesmo com algumas quebras de eixo, a ambientação é bem definida e compreendemos toda a evolução da ação.
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O clímax de Batman vs Superman é também feito de exageros, com explosões demais e recorrendo nos mesmos erros do terceiro ato de O Homem de Aço, novamente com excessiva destruição urbana. O filme tenta se vender como uma obra “épica”, “séria” e “sombria”, como forma de se diferenciar dos longas da Marvel, mas a verdade é que ele não é nada disso.

A questão não é ter ou não humor (e podemos dizer que Alfred e Lex são bem engraçadinhos); mas o problema é que o filme se leva a sério demais, de forma quase arrogante e prepotente, tenta ser muita coisa e não é nada a rigor. Não há nada de “sombrio” no filme, e certamente não há nada de épico na produção – até porque ele falha miseravelmente em criar uma dramaticidade crível para seus personagens.

Dito isso, é com muito pesar que vemos ícones tão populares e tão queridos dos fãs serem tratados desta forma nos cinemas, especialmente sabendo que o longa tinha todos os elementos disponíveis para ser extraordinário. Mas a verdade é que Batman vs Superman deveria ser um filme muito melhor, e poderia ser se estivesse nas mãos de outro diretor. Os fãs e leitores dos quadrinhos mereciam muito mais!




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